segunda-feira, 26 de novembro de 2012

CANTIGA DE AMIGO
(Elomar Figueira Melo)


Lá na Casa dos Carneiros onde os violeiros
vão cantar louvando você
em cantiga de amigo, cantando comigo
somente porque você é
minha amiga mulher
lua nova do céu que já não me quer
Dezessete é minha conta
vem amiga e conta
uma coisa linda pra mim
conta os fios dos seus cabelos
sonhos e anelos
conta-me se o amor não tem fim
madre amiga é ruim
me mentiu jurando amor que não tem fim
Lá na Casa dos Carneiros, sete candeeiros
iluminam a sala de amor
sete violas em clamores, sete cantadores
são sete tiranas de amor, para amiga em flor
qui partiu e até hoje não voltou
Dezessete é minha conta
vem amiga e conta
uma coisa linda pra mim
pois na Casa dos Carneiros, violas e violeiros
só vivem clamando assim
madre amiga é ruim
me mentiu jurando amor que não tem fim
Lá na Casa dos Carneiros, sete candeeiros
iluminam a sala de amor
sete violas em clamores, sete cantadores
são sete tiranas de amor, para amiga em flor
qui partiu e até hoje não voltou
Dezessete é minha conta
vem amiga e conta
uma coisa linda pra mim
conta os fios dos seus cabelos
sonhos e anelos
conta-me se o amor não tem fim
madre amiga é ruim
me mentiu jurando amor que não tem fim





A música "Cantiga de Amigo" de Elomar Figueira Melo pode ser considerada como uma cantiga de amor, pois existe o sofrimento do homem pela mulher. Mulher esta a quem o homem canta e louva, conforme podemos verificar no segundo verso. Nesta canção o homem sofre pela ausência da mulher e indaga porque "me mentiu jurando amor que não tem fim". É possível perceber o sofrimento do homem que não aceita que sua amiga-amada tenha partido e não mais voltado (versos 18 e 19). É por ela que ele clama e espera: "Vem amiga e conta uma coisa linda pra mim".

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

SÃO TURÍBIO DE MOGROVEJO


São Turíbio Mogrovejo nasceu em 1538 na cidade na cidade de Mayorga na Espanha. Nascido em família nobre e rica estudou em Valladolid, Salamanca e Santiago de Compostela, formou-se em direito, recebeu também uma formação cristã e humana. Mas o chamado à vida dedicada ao senhor, dentro do ministério sacerdotal, falou mais forte, renunciando assim à sua profissão.

Em 1573 Foi nomeado membro da inquisição, tinha 40 anos e era Presidente do Tribunal de Granada quando, por indicação do Rei Felipe II, o Papa Gregório XIII o nomeou Arcebispo de Lima.

São Turíbio de Mogrovejo chegou à sua arquidiocese (América Latina) em maio de 1581. Chocado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios, aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores. Com energia e, sobretudo, com seu exemplo pessoal, pôs freio aos abusos, moralizou os costumes e promoveu a reforma do clero.

Em pouco tempo, o ex-jurista transformou-se num exímio catequista que evangelizava os indígenas com palavras simples, mas ardorosas. Percorreu três vezes em visita pastoral todo o imenso território de sua arquidiocese, viajando incansavelmente milhares de quilômetros. Entrava nas cabanas miseráveis, procurava os indígenas fugidios, falava-lhes com bondade em seus idiomas levando-os ao conhecimento de Jesus cristo e conquistando-os para ele.

São Turíbio de Mogrovejo chamava a atenção de todos por demonstrar intensa vida de piedade, à qual dedicava diariamente muitas horas de oração e meditação. Dentre as atividades que desempenhou destaca-se: As três visitas pastorais que tomaram-lhe mais de dez dos seus vinte e cinco anos de episcopado, os treze sínodos regionais de bispos que convocou e presidiu a catequese dos indígenas que regulamentou e aperfeiçoou, além disso, fez imprimir para eles os primeiros livros editados na América do Sul: o Catecismo em espanhol, em quéchua e em aymara. Fundou cem novas paróquias em sua arquidiocese. Teve a satisfação de converter milhares de indígenas e de crismar três santos: São Martinho de Porres, São Francisco Solano e Santa Rosa de Lima.
A morte do santo
São Turíbio de Mogrovejo faleceu em 23 de março de 1606 as 15h30m, numa Quinta-Feira Santa, depois de uma grave enfermidade numa pobre capela a quase 500 quilômetros de Lima em sua última visita pastoral. - Enquanto São Turíbio agonizava a seu pedido eram tocados ao som de uma harpa os salmos 116 e 31 pouco antes da sua morte se desfez das roupas que usava para dá-las aos índios que o acompanhavam na hora da morte.

Bento XIII o canonizou em 1726 e João Paulo II o proclamou Padroeiro do Episcopado Latino-Americano em 1983.





SANTA MARGARIDA MARIA ALACOQUE

Santa Margarida Maria Alacoque nasceu no dia 22 de Julho de 1647 na aldeia de Lautecour, na Borgonha, pertence a uma família religiosa, de boa posição, reputação e seriedade. Desde cedo Santa Margarida Maria deu sinais de que era uma criança diferente. Por volta dos três anos já demonstrava verdadeiro horror ao pecado, aversão que contribuiu muito para o desenvolvimento de um grande amor pela oração e pela penitência, juntamente com uma tendência enorme para ajudar os pobres. A vida de santa Margarida ainda é marcada desde cedo pelas mais duras  provações e por uma saúde extremamente frágil.

Aos quatro anos, seguindo um costume da região, foi morar no castelo de sua madrinha, Senhora de Corcheval, dama nobre da região. Ali, num ambiente sereno e austero, iniciou a sua formação.

No ano de 1655 perdeu o pai e logo em seguida a irmã, nesse mesmo ano faleceu também a sua madrinha, santa Margarida tinha apenas oito anos de idade. Sua mãe e irmãos sofreram muitas humilhações por parte de parentes do pai de Margarida.  A mãe, com o objetivo de melhorar a situação financeira em que se encontrava após a morte do marido, e não dispondo do tempo e ambiente necessário para providenciar a educação da filha, mandou-a como pensionista para um convento de Clarissas, o que era muito comum na época.

 Foi ali onde, aos nove anos, no silêncio da clausura, refletindo durante longas horas no recolhimento e observando a modéstia e o espírito de oração das irmãs, que santa Margarida sentiu o chamamento à vida religiosa.

No pensionato das Clarissas, Margarida contraiu uma doença grave, sendo necessário retornar à casa da mãe para os devidos cuidados. Ali permaneceu cerca de quatro anos prostrada na cama, sem conseguir levantar. Só em 1661 recuperou a saúde depois de fazer um voto à Santíssima Virgem prometendo entrar no serviço religioso.  Estava decidida a  ingressar na Congregação das Ursulinas, quando uma voz secreta disse-lhe: “Não a quero lá, mas  em Santa Maria”...! 

Santa Margarida foi acolhida no convento das Irmãs da Visitação de Paray-le-Monial.  Ali mesmo o Senhor se  manifestaria a ela em  revelações distintas, relativas à difusão da consagração e amor ao Seu Coração. Deus também lhe revelou o mistério da Santíssima Trindade.
Santa Margarida enfrentou muitos obstáculos ao anunciar as revelações feitas a ela por Jesus. Além das críticas sofreu também com as dúvidas. O Padre Cláudio de La Colombiere foi enviado ao mosteiro para estudar minuciosamente os fenômenos místicos relatados por ela, para certifica-se da veracidade dos fatos, no entanto transformou-se em um propagador e apóstolo do Sagrado Coração de Jesus.

Santa margarida foi nomeada mestra das noviças, e teve a felicidade de ver a devoção ao Sagrado Coração de Jesus ser propagada, promovendo conversão de tantos que se opuseram e a criticaram e que acabaram se transformando em fervorosos anunciadores do sagrado coração de Jesus.

A morte da santa
Santa Maria Margarida Alacoque morreu jovem, aos 43 anos de idade, em 17 de outubro de 1690 e foi canonizada em 1920, pelo Papa Bento XV.
Sua missão
Em 1647, a devoção ao Sagrado Coração não era muito conhecida, embora já existisse. A sua missão foi dar-lhe um impulso e uma difusão universal, precisar o seu espírito, adapta-lo às necessidades da Igreja nos tempos modernos e fixar as práticas de piedade mais adequadas às novas circunstâncias.
Margarida Maria de Alacoque, foi escolhida por Jesus para ser a mensageira do Sagrado Coração.

sábado, 1 de outubro de 2011

Estudo da obra Dois irmãos de Milton Hatoun


Romance: Como ler?
Dois Irmãos- Milton Hatoum
Ação: Em Dois Irmãos, Milton Hatoum relata a vida de uma família libanesa vivendo as primeiras décadas do século XX em Manaus. A obra demonstra a ruína de uma família provocada, principalmente pelo ódio entre irmãos. O narrador é Nael, um homem que busca sua identidade, tentando descobrir qual dos dois irmãos é o seu pai. É uma obra que tem como foco principal a rivalidade entre os irmãos Omar e Yaqub.
Lugar: Os principais acontecimentos se dão em Manaus no Amazonas, destacando suas ruas, bares mencionando os rios Solimões e Negro, mas podem-se perceber no decorrer do romance, narrações de ruas e espaços paulistas, libaneses, entre outros.
Tempo: Notadamente o tempo é psicológico, a narração segue o fluxo da memória.
Personagens: Toda a trama se desenvolve em volta de três personagens principais: Omar, Yaqub e Nael. Entre os irmãos a rivalidade é quem os descreve, já Nael busca sua própria identidade.  Estes são personagens esféricas o restante são personagens planas.
Trama: É construída a partir do interior das personagens, de suas buscas, de suas personalidades.
Verossimilhança: É um Romance que se aproxima muito da realidade, principalmente porque traz para a obra a temática familiar e a rivalidade entre irmãos.
Ponto de vista: A obra é narrada por Nael, que também é personagem. Uma narração feita em primeira pessoa em que muitas das situações foram vividas pelo próprio autor. Há também a presença de outras vozes na narração, percebida através de relatos em que ele não vivenciou. O que confirma que ele não é um narrador onisciente.
Estilo de romance: É um romance aberto e polifônico. Não responde todas as perguntas do leitor e ainda se encerra com uma dúvida: quem é o pai de Nael? É uma obra que faz com que o leitor se interaja com as personagens tornando-o co-autor da obra.

Enredo de A Megera Domada

      Um fidalgo que era acostumado a pregar peças nos outros encontra Cristóvão Sly, um homem adormecido pela embriaguez em um canto da cidade. Esse fidalgo leva Sly, o caldeiro, para o seu castelo, acomoda-o em seu melhor aposento e arranja- lhe uma esposa de mentira e o convence de que ele é um nobre. Ao acordar, ele acredita que é realmente um nobre e que estivera louco por quinze anos. Para diverti-lo e evitar que volte ao vício, resolvem encenar uma peça que tem por título "A Megera Domada". Na história, Batista Minola é um rico mercador da cidade de Pádua, e pai de duas filhas: Catarina, de gênio terrível, que recusa todos os homens, e Bianca, que é, ao contrário da irmã, cordata e mansa, cheia de pretendentes.

      Bianca tem muitos admiradores e candidatos, mas o velho pai está decidido somente a autorizar seu casamento quando Catarina encontrar também um noivo. Lucêncio, jovem estudante pisano, enamorado de Bianca, troca de roupas com seu empregado Trânio e se faz professor de línguas das filhas de Batista. Ortêncio, também apaixonado por Bianca, sente-se muito encorajado quando seu amigo Petrucchio, de Verona, homem tão temperamental quanto Catarina, chega à cidade para encontrar uma rica esposa, disposto a se casar com qualquer megera desde que tenha bom dote. Apesar de tudo o que ouve sobre Catarina, declara que lhe fará a corte. Ao ser cortejada, Catarina faz jus à sua fama, mostrando-se o mais antipática possível. E Petrucchio, à custa de muita astúcia, consegue realizar a façanha. 

      A trama gira em torno das diabruras que Petrucchio faz para amansar a fera Catarina que no decorrer da história vai realmente mudando sua postura e até dando conselhos para as outras mulheres.

domingo, 28 de agosto de 2011

Medeia (Eurípedes)


Medeia (Eurípedes)
Trata-se de uma tragédia grega que, transformada em peça, buscava causar no público o espanto, o riso, entre diversos sentimentos, e assim guiar a conduta e o modo de viver desse mesmo público.
Na cultura ateniense, a mulher tinha um papel particular e definido. “O que poderia acontecer, se uma mulher coberta de emoção e paixão, sentimentos irracionais para os gregos, em oposição ao homem racional, decidisse resolver suas mágoas pelas próprias mãos?” (http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_1264.html). É então com essa temática que esta tragédia se desenvolve. 
Este livro tem como protagonista Medeia, uma mulher que se deixou levar por suas emoções, suas decepções e desprazeres diante do abandono de Jasão, seu marido, por quem ela deixou a própria casa. Sentindo-se humilhada e desprezada pelo seu herói, trama uma forma de castigá-lo, fazendo-o pagar por tudo que ela sofreu.
O teor psicológico desenvolvido na protagonista perpassa por todo o drama. É possível perceber como Medeia se alterna entre amor e ódio, as sua atitudes se revelam ora de incontida fúria, ora de calculada submissão. “É um ser humano agitado por uma paixão indomável” (introdução do livro), paixão essa que a levou a cometer os atos mais atrozes.
 Medeia planeja e executa a morte daquela por quem seu marido a deixou, impedindo que Jasão constituísse uma nova família e tivesse filhos com ela, morre também Creonte, o pai desta que é tida como sua rival. No entanto, o ato mais bárbaro foi matar os próprios filhos. Ela não permitiu sequer que Jasão os sepultasse. É com a dor de Jasão ao perder seus filhos que o livro se encerra.